Tuesday, September 19, 2006

Chirac contra sanções ao Irão

Do Público de hoje:

Chirac contra sanções ao Irão
Ana Navarro Pedro, Paris

O Presidente Chirac advoga negociações para resolver a crise do nuclear iraniano

O Presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que eventuais sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irão não são a melhor maneira de se resolver a crise do programa nuclear iraniano.

"Não acredito numa solução sem diálogo", explicou o Presidente Chirac numa entrevista à rádio francesa Europe1, ontem de manhã, pouco antes de partir para Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral das Nações Unidas e onde tem previstos encontros com o Presidente americano, Georges Bush, e o secretário-geral da ONU, Koffi Anan.

"É preciso definir uma ordem do dia para a negociação, e começar a seguir a negociação. Para tal, é preciso que os Seis [Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia] renunciem a convocar o Conselho de Segurança e que o Irão renuncie ao enriquecimento de urânio durante a negociação", propôs o chefe de Estado.

Jacques Chirac só encara a hipótese de sanções "moderadas e adaptadas" em último recurso, caso o diálogo venha a ser "infrutífero".

Washington advoga sanções imediatas contra o Irão se o regime continuar a recusar suspender o enriquecimento de urânio. Por seu lado, Teerão nega as acusações americanas de que está a tentar dotar-se com armas nucleares e garante que o seu programa nuclear destina-se unicamente à produção de energia.

Paris espera reeditar nesta crise o relativo sucesso da sua diplomacia na recente crise do Líbano. Apesar de se opor de novo aos desígnios da Casa Branca, Jacques Chirac assegurou que as "relações transatlânticas são boas, como se pode constatar em todos os problemas relativos ao Líbano, ao Afeganistão e ao Irão". E o Presidente francês concluiu: "É uma relação entre iguais, e não uma relação de submissão."

Jacques Chirac repetiu as posições francesas em duas outras entrevistas, à televisão americana CNN, e à televisão saudita Al-Arabiya, antes de descolar para Nova Iorque.

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